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CineClube do Porto
4 décembre 2006

16 de Dezembro – 16 horas – Cinema Infantil


Na Sala Bebé – Cinema Batalha

16 de Dezembro às 16 h

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A marcha dos pinguins - Luc Jacquet


 

Todos os anos, no ambiente gelado da Antárctica, uma incrível jornada acontece desde há milhares de anos. É a viagem dos pinguins-imperadores, sob condições extremas, para poderem acasalar.

Milhares de pinguins-imperador deixam a segurança das profundezas do oceano para levarem a cabo uma marcha incrível e muito difícil, através de território inóspito e gelado. Numa fila interminável, os pinguins marcham, cegos pelo vento, feridos pelo frio, curvados sob a neve. O que os faz seguir é o instinto da reprodução, da preservação da espécie.

Guiados pelo instinto, eles seguem caminho, sabendo que quando chegarem ao final vão encontrar o seu parceiro e acasalar. Os pinguins são fiéis a apenas um companheiro e levam a sério o ritual de acasalamento. Conforme os dias vão ficando mais pequenos e o tempo ainda mais duro, as fêmeas ficam tempo suficiente na tormenta para pôr um único ovo, o fruto desta viagem através do glaciar. Depois de cumprida a missão, elas voltam para trás, exaustas e esfomeadas, de regresso ao mar, cheio do peixe que as alimenta. Os machos ficam a cuidar do ovo, que trazem todo o tempo em cima das barbatanas. Dois meses depois, em que os machos não comem nada, os ovos começam a chocar. No entanto, as crias não aguentam muito tempo com os pais, sem comida. Se as mães não regressarem com peixe, os bebés morrerão…

Quando as mães regressam, os papéis invertem-se. Elas ficam com os bebés e os pais vão na direcção do oceano, em busca de comida. Conforme o tempo vai ficando mais quente e o glaciar vai derretendo, os adultos fazem a terrível marcha vezes sem conta, buscando comida, até que as crias estão prontas para darem o primeiro mergulho no oceano azul e imenso.

Um ano na vida dos pinguins

O ciclo do pinguim-imperador começa em Fevereiro, o fim do Verão em Antárctica. É em Março que iniciam a marcha, através da neve, suportando as tempestades. Em Abril começa então o ritual de acasalamento. No final de Maio, a fêmea já perdeu cerca de um terço do seu peso e põe o seu único ovo. A fêmea parte em busca de comida e o macho começa a pior fase da sua vida: sentar-se em cima do ovo durante dois meses, sem se mexer, sem comer e suportando condições atmosféricas adversas.

Em meados de Julho o ovo começa a chocar, graças ao esforço do pai pinguim em mantê-lo quente. Quando a fêmea chega e vê a cria, a primeira coisa que faz é regurgitar comida para alimentar o pequeno pinguim. É neste momento que a cria passa para o cuidado da mãe. O macho vai então na direcção do mar, para buscar comida, e regressa em meados de Agosto… Até que as crias sejam capazes de se alimentar a si mesmas, pai e mãe fazem viagens alternadas em busca de comida. A cria vai-se tornando cada vez mais independente e afoita. Só regressa aos pais para pedir comida. Em Dezembro, o degelo começa e os pinguins regressam ao mar, para que em Fevereiro recomece todo o ciclo…

 

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Sobre a produção

Este é o primeiro filme que foi feito sobre esta luta dos pinguins-imperador. As condições de filmagem foram as mais adversas possíveis. A equipa teve de ficar na Antárctica, durante cerca de 13 meses, em pleno Inverno, filmando os pinguins na sua luta pela vida. No entanto, a presença constante da câmara permitiu que se filmassem momentos únicos da vida dos pinguins, assim como algumas circunstâncias mais raras e estranhas.

Das cerca de 40 colónias de pinguins existentes no mundo, apenas 4 são estudadas numa periodicidade mais ou menos regular. Apenas uma é acessível sem a necessidade de uma expedição independente: a colónia de Adélia, apenas a algumas centenas de metros do centro científico francês, Dumont d’Urville. Foi aqui que a equipa técnica montou o seu equipamento, em colaboração activa com o Instituto de Pesquisa Polar. Para além da beleza das imagens dos pinguins, nunca antes captadas, o filme apresenta também imagens inéditas captadas debaixo de água por mergulhadores profissionais.

Luc Jacquet começou este projecto há cerca de quatro anos. Com o passar do tempo, o projecto foi tomando forma, mas só com a chegada da produtora, Bonne Pioche, se começou verdadeiramente a acelerar os preparativos, para começar as filmagens. O que ao inicio seria um filme para televisão, rapidamente passou a uma ideia para o grande ecrã, não obstante as grandes dificuldades de produção. A verdade é que toda a equipa sabia como e onde filmar, mas não tinham a certeza do que iam filmar…

Para além das dificuldades com a localização das filmagens, a equipa tinha de ter cuidado para não se aproximar demasiado da colónia, sob o risco de se perderem centenas de ovos. As filmagens duraram um ano e mais cento e vinte horas de filmagens, um ciclo completo de Inverno na Antárctida, um ciclo inteiro do pinguim-imperador.

Cátia C. Simões http://www.c7nema.net/



sessão inserida na Rede Alternativa de Exibição Cinematográfica | RAEC2006

apoio: ICAM   Ministério da Cultura     mculicam2


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