16 de Dezembro – 16 horas – Cinema Infantil
Na Sala Bebé – Cinema Batalha
16 de Dezembro às 16 h
A marcha dos pinguins - Luc Jacquet
Todos os anos, no ambiente
gelado da Antárctica, uma incrível jornada acontece desde há milhares de anos.
É a viagem dos pinguins-imperadores, sob condições extremas, para poderem
acasalar.
Milhares de pinguins-imperador deixam a segurança das
profundezas do oceano para levarem a cabo uma marcha incrível e muito difícil,
através de território inóspito e gelado. Numa fila interminável, os pinguins
marcham, cegos pelo vento, feridos pelo frio, curvados sob a neve. O que os faz
seguir é o instinto da reprodução, da preservação da espécie.
Guiados pelo instinto, eles seguem caminho, sabendo que
quando chegarem ao final vão encontrar o seu parceiro e acasalar. Os pinguins
são fiéis a apenas um companheiro e levam a sério o ritual de acasalamento.
Conforme os dias vão ficando mais pequenos e o tempo ainda mais duro, as fêmeas
ficam tempo suficiente na tormenta para pôr um único ovo, o fruto desta viagem
através do glaciar. Depois de cumprida a missão, elas voltam para trás,
exaustas e esfomeadas, de regresso ao mar, cheio do peixe que as alimenta. Os
machos ficam a cuidar do ovo, que trazem todo o tempo em cima das barbatanas.
Dois meses depois, em que os machos não comem nada, os ovos começam a chocar.
No entanto, as crias não aguentam muito tempo com os pais, sem comida. Se as
mães não regressarem com peixe, os bebés morrerão…
Quando as mães regressam, os papéis invertem-se. Elas ficam
com os bebés e os pais vão na direcção do oceano, em busca de comida. Conforme
o tempo vai ficando mais quente e o glaciar vai derretendo, os adultos fazem a
terrível marcha vezes sem conta, buscando comida, até que as crias estão
prontas para darem o primeiro mergulho no oceano azul e imenso.
Um ano na vida dos pinguins
O ciclo do pinguim-imperador começa em Fevereiro, o fim do
Verão em Antárctica. É em Março que iniciam a marcha, através da neve,
suportando as tempestades. Em Abril começa então o ritual de acasalamento. No
final de Maio, a fêmea já perdeu cerca de um terço do seu peso e põe o seu
único ovo. A fêmea parte em busca de comida e o macho começa a pior fase da sua
vida: sentar-se em cima do ovo durante dois meses, sem se mexer, sem comer e
suportando condições atmosféricas adversas.
Em meados de Julho o ovo começa a chocar, graças ao esforço
do pai pinguim em mantê-lo quente. Quando a fêmea chega e vê a cria, a primeira
coisa que faz é regurgitar comida para alimentar o pequeno pinguim. É neste
momento que a cria passa para o cuidado da mãe. O macho vai então na direcção
do mar, para buscar comida, e regressa em meados de Agosto… Até que as crias
sejam capazes de se alimentar a si mesmas, pai e mãe fazem viagens alternadas
em busca de comida. A cria vai-se tornando cada vez mais independente e afoita.
Só regressa aos pais para pedir comida. Em Dezembro, o degelo começa e os
pinguins regressam ao mar, para que em Fevereiro recomece todo o ciclo…
Sobre a produção
Este é o primeiro filme que foi feito sobre esta luta dos
pinguins-imperador. As condições de filmagem foram as mais adversas possíveis.
A equipa teve de ficar na Antárctica, durante cerca de 13 meses, em pleno Inverno, filmando os pinguins na sua luta pela vida. No entanto, a presença
constante da câmara permitiu que se filmassem momentos únicos da vida dos
pinguins, assim como algumas circunstâncias mais raras e estranhas.
Cátia C. Simões http://www.c7nema.net/
sessão inserida na Rede Alternativa de Exibição Cinematográfica | RAEC2006
apoio: ICAM Ministério da Cultura